Localizada na cidade de Cairo, a região serve como um cemitério de árvores, que nos fornece uma espiada de um passado de mais de 300 milhões de anos atrás
Sabrina Brito
As folhas e troncos fossilizados em Cairo, Nova York WILLIAM STEIN / CHRISTOPHER BERRY/Divulgação
Em uma área abandonada em Cairo, cidade do estado de Nova York, cientistas acabam de encontrar a mais antiga floresta fossilizada do mundo. Formada há 386 milhões de anos, a mata recém-descoberta é dois ou três milhões de anos mais velha do que aquela que detinha o recorde até agora, também localizada em Nova York. O achado foi publicado no último dia 19 no periódico científico Current Biology.
A exploração da região começou há mais de dez anos, comandada por pesquisadores das Universidades Cardiff e Binghamton (Reino Unido) e do Museu do Estado de Nova York. Desde então, mais de 3 mil metros quadrados de floresta foram precisamente mapeados.
Há 386 milhões de anos, quando a floresta era viva, plantas, animais e as demais formas de vida atravessavam o período Devoniano. Conhecida como Era dos Peixes, foi nessa época que esses seres mais se proliferaram nas águas marítimas. Sobre a Terra, reinavam artrópodes, como os escorpiões e as centopeias.
Foi ainda durante o Devoniano que ocorreu no nosso planeta a transição entre um cenário onde matas eram ausentes para uma situação em que diversas florestas, inclusive algumas das atuais, recobrem grandes áreas da superfície terrestre. A hipótese é a de que a floresta encontrada tenha sido atingida por uma enchente. Isso porque na superfície da região, os pesquisadores encontraram alguns fósseis de peixe. De forma geral, o achado nos dá a oportunidade de ver, ainda que por uma pequena brecha, como o planeta funcionava muito antes do surgimento do ser humano (que se deu há 200.000 anos, aproximadamente; extremamente recente, pela perspectiva da idade da própria Terra).
Revista Veja
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