segunda-feira, 2 de abril de 2018

Global Terrorism Index de 2017 do IEP


Global Terrorism Index de 2017 do IEP: mortes por terrorismo diminuíram 22% em comparação como o pico de 2014 porque o extremismo islâmico radical está em retirada

LONDRES
Pelo segundo ano consecutivo, o número total de mortes caiu, com uma redução de 13% em comparação com o mesmo período de 2015.
Síria, Paquistão, Afeganistão e Nigéria, quatro dos cinco países mais afetados pelo terrorismo, registraram uma queda de 33% no número de mortes.
A maior redução ocorreu na Nigéria, onde as mortes causadas por terrorismo, atribuídas ao Boko Haram, diminuíram 80% em 2016.
O ISIL desafia a tendência positiva, com 50% mais pessoas mortas pelo grupo do que em 2015, resultando em seu ano mais fatal, com mais de 9.000 mortes, principalmente no Iraque.
Em 2016, os países da OCDE experimentaram o maior número de mortes desde 2001, mas até agora 2017 teve uma redução significativa, em comparação com 2016, com a diminuição da capacidade do ISIL em sua essência.
Os ataques terroristas estão se tornando mais sofisticados e mais provavelmente direcionados a alvos civis na OCDE, tais como ataques usando veículos; mas melhoras nas estratégias de contraterrorismo frustraram mais conspirações em 2016 do que em 2015 e 2014.

Pelo segundo ano consecutivo, as mortes causadas por terrorismo diminuíram, de acordo com o Global Terrorism Index (GTI) de 2017. Houve uma redução de 22%, com o registro de 25.673 mortes, em comparação com o pico de atividades terroristas em 2014, quando morreram 32.500 pessoas.


A tendência declinante destaca uma virada na luta contra o extremismo islâmico radical, com quatro dos cinco países mais afetados pelo terrorismo, Síria, Paquistão, Afeganistão e Nigéria, registrando melhoras. A maior redução aconteceu na Nigéria, onde as mortes atribuídas ao Boko Haram diminuíram 80% em 2106, porque o grupo terrorista sofreu crescentes pressões da Força-Tarefa Conjunta Multinacional (Multinational Joint Task Force).

O Iraque foi o único país dos cinco mais afetados pelo terrorismo a registrar um aumento em mortes, provocadas principalmente pelo ISIL, que aumentou os ataques suicidas e assaltos a civis para compensar perdas territoriais. O total de mortes atribuídas ao ISIL aumentou 50% em 2016, tornando o ano do grupo o mais fatal de todos. A maioria as mortes ocorreram no Iraque, que respondeu por 40% do aumento.

O relatório anual, desenvolvimento pelo Institute for Economics & Peace (IEP) com base no Banco de Dados do Terrorismo Global do Consórcio Nacional para o Estudo do Terrorismo e Respostas ao Terrorismo (START — National Consortium for the Study of Terrorism and Responses to Terrorism) e em outras fontes, fornece as informações mais completas sobre as tendências terroristas globais.

O relatório conclui que, enquanto os números globais de mortes e ataques registraram uma diminuição em 2016, ainda há tendências preocupantes conforme mais países, do que em qualquer outra época nos últimos 17 anos, tiveram pelo menos uma morte causada por terrorismo. No total, 77 países tiveram pelo menos uma morte causada por terrorismo, enquanto em 2016 foram 65 países, resultando na contagem geral do GTI global, registrando o impacto do terrorismo, deteriorando em 4% desde de 2015.

O chairman executivo do IEP, Steve Killelea, disse: “O relatório deste ano marca um momento memorável na luta contra o extremismo islâmico radical. Quatro dos cinco países afetados mais gravemente, Síria, Paquistão, Afeganistão e Nigéria, registraram reduções significativas no número de mortes. Juntos, os grupos Boko Haram, Talibã e Al Qaeda mataram 6.000 pessoas a menos em 2016 do que em 2015. O declínio do Boko Haram na Nigéria está exercendo um efeito propagador positivo, com Camarões, Chade e Níger registrando coletivamente uma queda de 75% nas mortes”.

“Apesar desses ganhos serem encorajadores, ainda existem áreas de preocupação sérias. A futura estabilidade da Síria e do Iraque irão exercer um papel crítico na determinação do impacto do terrorismo os próximos anos. No Iraque, o governo enfrentará dificuldades para manter uma paz duradoura, através de uma sociedade inclusiva que evite alimentar a violência sectária. A ameaça crescente do ISIL também permanece. Embora o grupo tenha sofrido reveses significativos com a perda de território, força militar e financiamentos, o potencial de combatentes endurecidos saírem para se juntar a novos grupos em outras áreas de conflito no mundo é muito real. Os países da OCDE enfrentam esse desafio, conforme combatentes estrangeiros retornam da Síria e do Iraque, com os ataques promovidos pelo ISIL aumentando de 11 países em 2015 para 15 países em 2016”.

Os países europeus e outras nações desenvolvidas continuam a registrar uma tendência negativa, com as atividades do ISIL sendo as principais acionadoras. Excluindo os ataques de 11 de setembro, 2016 foi o ano mais fatal do terrorismo em países da OCDE[1] desde 1988. Entretanto, a resposta militar ao ISIL e sua capacidade decrescente têm coincidido com uma redução significativa em mortes, de 265 para 82, no primeiro semestre de 2017, em comparação com todo o ano de 2016. Isso indica uma tendência futura potencialmente positiva.

Aperfeiçoamentos das estratégias de contraterrorismo frustraram mais ataques do que nos anos anteriores. Isso reflete, em parte, a maior alocação de recursos para as atividades de contraterrorismo e também a estratégias mais eficazes. Dois de 10 ataques foram impedidos em 2014 e 2015, enquanto três em 10 ataques foram frustrados em 2016. O tipo de ataque afeta a probabilidade de sucesso da prevenção. Quase metade de todos os ataques com bombas ou explosões foram frustrados. Porém ataques de baixo custo, de baixa tecnologia, tais como usando veículos, são mais difíceis de prevenir. Desde o ataque com um caminhão em Nice, em julho de 2016, pelo menos 13 outros ataques com veículos foram realizados nos países da OCDE, incluindo o ataque de 31 de outubro de 2017 em Manhattan. Desses ataques, 11 visaram explicitamente civis, com pelo menos seis visando grandes grupos de pessoas.

Uma conclusão essencial da pesquisa é a de que 99% das mortes causadas por terrorismo nos últimos 17 anos ocorreram em países que estão em conflito ou que têm um alto nível de terrorismo político. Terrorismo político significa a presença de execuções extrajudiciais, tortura e encarceramento sem julgamento. Essa descoberta demonstra os riscos associados às estratégias de contraterrorismo, que podem exacerbar injustiças que podem alimentar o extremismo e o terrorismo. A Turquia e o Egito registraram alguns dos maiores aumentos em mortes, após golpes que derrubaram governos.

Os ataques terroristas e as mortes ainda estão altamente concentrados, com 94% de todas as mortes causadas por terrorismo ocorrendo no Oriente Médio, no Norte da África, na África Subsaariana e no Sul da Ásia. A América Central e o Caribe foram as regiões menos afetadas, com apenas 12 mortes — ou menos de 4% do total.

O impacto econômico global do terrorismo em 2016 foi de US$ 84 bilhões, uma redução de quase US$ 6 milhões em relação a 2015. Apesar da alta cifra absoluta, o impacto do terrorismo é pequeno, se comparado com outras formas significativas de violência. O impacto econômico do terrorismo representa apenas 1% do total do impacto econômico global da violência, que atingiu US$ 14,3 trilhões em 2016.

1. A análise da OCDE exclui a Turquia e Israel porque a ameaça terrorista nesses países tem origens históricas com raízes profundas

O relatório completo do GTI 2017 e mapa interativo estão disponíveis em http://www.visionofhumanity.org/

Siga: @GlobPeaceIndex #TerrorismIndex



FONTE Institute for Economics and Peace
Revista Exame

Nenhum comentário:

Geografia e a Arte

Geografia e a Arte
Currais Novos