Crise reduz preço e eleva oferta de ilhas gregas à venda
Em uma das empresas, a oferta dobrou para 20 ilhas no
semestre.
Outra diz que preços caíram até 20% nos últimos meses.
Outra diz que preços caíram até 20% nos últimos meses.
Simone Cunha
A crise grega está aquecendo o mercado de venda e aluguel de
ilhas gregas, segundo empresas que trabalham com esse tipo de propriedade. É
possível encontrar preços mais baixos, proprietários mais abertos a negociar,
mais propriedades à venda e, se for o caso, ilhas para alugar como forma de
reduzir as despesas dos donos.
Nos últimos seis meses, o número de ilhas gregas
publicamente à venda na Private Islands dobrou de 10 para 20. A empresa
canadense, que trabalha com propriedade de todos os continentes, diz que também
houve aumento de propriedades ofertadas só para um público específico, as do
“marketing discreto”, como diz o diretor de operações da empresa, Andrew Welsh.
Uma das mais baratas ilhas è
venda, a St. Athanasios está sendo ofertada por 1,5 milhão de euros (cerca de
R$ 3,7 milhões). (Foto: Divulgação/Greek Property Exchange)
“Por conta da recente atenção da
imprensa à crise econômica grega, tivemos um incremento no número de ilhas à
venda na Grécia nos últimos seis meses”, diz
Welsh. As vendas não têm aumentado na mesma proporção, no entanto, devido à
burocracia para a compra.
Os preços das ilhas da Greek
Property Exchange, inaugurada em 2010 por gregos que moram fora da Grécia,
caíram entre 10% e 20% desde os tumultos de maio em Atenas. Segundo o presidente da empresa
Georgios Stroumboulis, os episódios geraram publicidade negativa e afastaram
visitantes. Com a queda, é possível comprar uma ilha no golfo de Corinto por € 1,5 milhão (cerca de R$
3,7 milhões).
Anunciado em 14 milhões de euros (cerca de R$ 35 milhões), o
preço
ilha de Kato Antikeri é negociável (Foto: Divulgação/Private Islands)
A empresa francesa Demeures de Grece (Casas de Grécia)
também diz que os donos estão mais flexíveis, o que tem diminuído o preço das
terras. “A crise afeta principalmente os preços; a oferta, já não tanto”, diz
Nicolas Mugni, o sócio da empresa francesa.
Ainda assim, a empresa divulga os preços mais caros entre as
três consultadas. Uma ilha sem permissão para construir está cerca de € 5
milhões (cerca de R$ 12 milhões); já uma com toda a documentação necessária
varia entre € 8 milhões e € 15 milhões (aproximadamente R$ 19 milhões a R$ 37
milhões).
Na Private Island, mesmo sem os preços terem caído
sensivelmente é possível encontrar ilhas gregas mais baratas, por cerca de US$
1 milhão (aproximadamente R$ 2 milhões). Mas a mais cara custa € 150 milhões
(cerca de R$ 370 milhões).
Descontos, no entanto, também podem ser conseguidos diz
Mungi, na Demeures de Grece. Segundo ele, brasileiros que conhecem o mercado de
ilhas gregas fazem ofertas com desconto de 30%, 40% e geralmente fecham o
negócio. Os que não conhecem tentam barganhar até 80% de desconto e acabam não
comprando, diz.
Aluguel
Uma alternativa à venda é o aluguel de ilhas nas férias para ajudar a custear
as despesas dos proprietários. A Greek Property Exchange tem um portfólio de
ilhas à venda, mas também tem trabalhado com aluguel de férias, segundo
Stroumboulis.
Mesmo fazendo parte do negócio, ele diz que a venda de ilhas
deve ser utilizada como um "último recurso", mas recomenda aluguéis
de longo prazo. "A primeira coisa é desenvolver a economia e atrair
investimento interno estrangeiro para criar a infraestrutura necessária, o
ponto é para ganhar dinheiro", diz.
Os empresários das três empresas que vendem ilhas gregas
dizem, no entanto, que é difícil vende-las. Segundo a Greek Property Exchange,
um dos entraves é que a infraestrutura de muitas delas não está configurada
para a venda. A francesa Demeures de Grece diz que o mercado de ilhas privadas
no país é muito complicado porque é preciso mais de 15 aprovações e licenças de
vários ministérios para se construir em uma ilha privada.
A Greek Property Exchange diz que recebe visitantes de mais
de 120 países e nos últimos seis a 12 meses tem tido um aumento de tráfego de
brasileiros. A Private Islands fechou perceria com uma imobiliária brasileira
para se aproximar dos brasileiros, mas o negócio está focado no sentido
contrário: atrair estrangeiros a comprar propriedades no Brasil.
Portal G1
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