A Favela do Esqueleto, na Tijuca, que chegou a
ter quase quatro mil barracos e cerca de 12 mil habitantes. Os
primeiros moradores se fixaram no local ainda na década de 50. As casas
foram erguidas com restos do que seria o Hospital das Clínicas da
Universidade do Brasil. A construção, no entanto, foi interrompida e nunca mais
retomada. “Todo o processo de remoção foi conduzido com muita rapidez. As
famílias cadastradas eram levadas para os conjuntos habitacionais e os barracos
iam sendo derrubados para
a construção da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e de um
trecho da Avenida Radial Oeste.
Os últimos 495 barracos da Favela do Esqueleto foram
demolidos em 1965. Os ex-moradores acreditam até hoje que a ação teve fins
políticos. “Foi uma jogada do Lacerda porque ele queria se eleger presidente.
Minha família foi toda para a Vila Kennedy”, conta Dilmo, que preferiu ficar na
Mangueira por causa do samba. Pouco mais de quatro décadas após a
remoção, ele lembra com saudade dos amigos que se espalharam pela cidade.
“Muitas pessoas eu nunca mais encontrei. Naquela época, o tráfico ainda
estava no começo, tinha o malandro, o jogo de roda, mas ninguém na favela
conhecia a cocaína. O clima era muito tranqüilo”, conta.
Adaptado http://www.favelatemmemoria.com.br
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